É impressionante como as coisas que sabemos sobre nós mesmos parecem evaporar quando precisamos falar delas, não é? Bem, já que me fogem os pensamentos, vou tentar falar sobre o óbvio que, talvez, não seja tão óbvio assim.
Meu nome é Letícia. Nasci em um final de tarde de abril, lá no ano de 1996 (não sei se era um dia bonito, mas gosto de pensar que sim). Desde o dia em que deixei a maternidade, moro na mesma casa, no mesmo bairro, na mesma cidade: Belo Horizonte. E sim, eu gosto de pão de queijo - não todos, apenas aqueles que não são "queijosos" demais.
Hoje, tenho 24 anos, algumas dores nas costas e muitos sonhos. Gosto de pensar que sou uma pessoa organizada, que usa bem seu tempo e seu espaço; mas a realidade que é gasto muitas horas fazendo coisas das quais me arrependo depois, como vendo dorama e jogando. Quer dizer, concordo que se distrair é bom, só que às vezes eu extrapolo.
No entanto, isso não significa que eu abandonei coisas incríveis e importantes para mim, minha mente e meu futuro, como os estudos. Desde que saí do colégio, no final de 2013, nunca parei de estudar. Logo que terminei o terceiro ano, prestei vestibular para cursar Letras e, assim, começou a minha vida universitária. Ao contrário do que muitos pensaram na época, não escolhi esse curso porque queria me tornar escritora. Na verdade, o que eu queria mesmo era receber um diploma que me permitisse espalhar uma das minhas maiores paixões: a língua portuguesa. Assim, em 2019, me formei, me tornando, oficialmente, professora.
Ao longo dos anos em que estive na universidade, aprendi a amar outras línguas, como o francês. Foi justamente por ter caído de amores por esse idioma tão complicado que, ao obter o meu primeiro diploma, optei por continuar os estudos na graduação e buscar uma segunda formação: bacharel em língua francesa moderna. Nesse segundo percurso, consegui me apaixonar ainda por uma terceira coisa, agora tão, tão, tão fascinante para mim - a tradução.
Mas eu já amava a arte de contar histórias, de passar palavras ao papel, de construir textos. Era isso que me fazia - e o que ainda me faz - escritora.
O que eu busco, agora é aperfeiçoar minha paixão, torná-la maior, melhor (nesse ponto, não nego que a faculdade me ajudou). Para isso, não é preciso algum talento tirado do além, apenas vontade de sobra e treino, duas das razões pelas quais criei Rainha de Lugar Nenhum.
Mas a história e os objetivos do blog ficam para uma outra página. Essa aqui é sobre uma mulher chamada Letícia e a sua biografia que surgiu quando, na verdade, todas as palavras fugiam dela.